20/12/2011

De quem é a culpa? A culpa é dele !

Por Keu Fagundes

Em abril deste ano, um dia depois do primeiro Brutus Light, eu sentia algo estranho. Além da sensação de dever cumprido e uma realização pessoal por ter produzido um evento de médio/grande porte, tinha certa pessoa como uma referência. Trabalhar com alguém mais velho, que conhecia pouco, formado, empresário e calmo. Essas características me assustavam, me faziam pensar se eu seria capaz de tá tão bem acompanhado. Em casa quando perguntavam da festa, quem fazia parte da organização, eu dizia nome, profissão, de quem era filho (adiantando a resposta da próxima pergunta) e endeusava. Isso me assustava também. Eu não tinha intimidade nenhuma pra falar dele daquele jeito, mesmo sendo bem. O texto que escrevi no blog sobre a festa, toda hora eu apagava uma parte, me controlava pra n fugir do foco, não entrar no mérito pessoal. Eu só queria agradecer, mas não podia me exceder nas palavras. Hoje eu tô completamente sem esse medo, porque acho que chegou a hora.
Jacobina essa semana viveu dias históricos, dias que antecederam, receberam e sucederam a maior festa que ela já sediou. Chiclete com Banana, Garota Safada, Muído, Bruno e Marrone, 8794 e Branquinho faziam parte da mega grade de atrações. Era maluquice. O custo da festa na minha cabeça de semileigo no assunto era orçado em um milhão de reais. Legal, corajoso, mas foi um passo maior que a perna. Digo isso não pelo resultado da festa, mas durante toda a trajetória.
Com muitos rumores durante a semana, em uma conversa interna sabíamos que a festa aconteceria, mas uma banda ficaria de fora, já que os ingressos não foram vendidos como esperados.
Arrodeado de boas pessoas e que, dessa vez, entendem do assunto, falávamos sobre o que era o “babado” na cidade. A vinda ou não de Bruno e Marrone. Eles não vieram, o pessoal se revoltou, pediam dinheiro de volta, exigiam o cumprimento do que foi acertado, queriam uma solução.
Na sexta eu tava indo lavar o carro na casa de Dips, passei pela porta da sede da festa e vi rapidamente Mateusinho e Neneu. Como tava dirigindo, só deu tempo de perguntar como estavam as coisas e ouvir que a festa teria, mas o camarote pertencia, naquele momento em diante, à produção do Chiclete com Banana.
Só pra deixar claro, não sei se devo, se posso, mas são dados que fundamentam a postagem.
O custo do camarote era no máximo 200 mil reais. É uma sociedade entre Neuma e Mateusinho. O camarote já tinha vendido 400 mil. Conta básica, 200 mil reais de lucro, 100 mil reais pra cada. Não mata ninguém não, viu?! Posso tá errado na exatidão dos números, mas não foi muito diferente disso não.
Em miúdos, isso significa dizer que essa dupla cedeu, deixou de ganhar cerca de 200 mil reais.
Por que? Pra quem?
Ontem na festa quando Chiclete abriu a cortina, fizeram um instrumental interessante, com um espetáculo de iluminação e efeitos. O tecladista saudou o público e Bel soltou o gogó. Rapaz, aquilo mexeu comigo. Eu pensava: “Como eles podem ter feito um negócio desses? Eu não faria nunca!” Naquele momento, envergonhado por ter um rapaz do meu lado, algumas lágrimas saíam e eu novamente pensava: “tenho que escrever algo sobre isso. O nome do texto vai ser – a culpa é dele “
Hoje na vinda pra Salvador Laíse me perguntou o que seria postado no blog, pq tinha visto mais cedo no facebook de Mateusinho que teriam três textos sobre a festa. Um escrito por mim, outro por ele e um terceiro por Victor. Ele sabe que escreveria porque ontem, sob forte efeito de álcool eu disse que queria que ele lesse.
Respondendo a pergunta da “galega”, eu dizia no carro e agora publico.
Jacobina precisa saber quem é Mateusinho. Jacobina precisa saber o que ele fez, tem feito e pode fazer pela cidade. Precisamos reconhecer que existe um homem digno, que abre mão de uma fortuna, trabalha pesado, não mede esforços pra ajudar, em respeito ao público que merecia uma festa daquele porte.
Neuma também foi convidada a ler a postagem. Ontem conversávamos juntos, olhando para o palco, pras cervejas derramadas e lamentando o ocorrido. Ia botar não sucesso, mas dizer que essa festa não foi um sucesso seria crime.
Ela pediu pra que colocasse também sobre Everaldo, o proprietário da festa. Disse que não. Não falaria dele por alguns motivos. Não o-conheço, esse texto é pretensioso e ele foi amador, sendo agora, muito gentil e sutil com as palavras.
A festa rendeu uma amizade construída com o profissionalismo. Neneu e Neuma eram inimigos mortais. Ambos amigos meus, mas amigos mesmo. Era obrigado a ouvir coisas absurdas, um sobre o outro, sempre tentando contornar, mas eu sabia que algo iria os-unir, nem que fosse uma festa, que é o que eles melhor sabem fazer.
Portando, morrendo de sono, numa ressaca fora do comum, às vésperas de uma prova final, quero parabenizar Mateusinho e Neuma. Essa festa foi de vocês.
Jacobina fica devendo essa. Certo?

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